As Anfetaminas e Seus Efeitos

Avaliação 0.00 (0 Votos)

Efeito Agudo


A estimulação do sistema nervoso central ocorre devido a uma intensificação da norepinefrina que é um neuro-hormônio que ativa partes do sistema nervoso simpático conduzindo a uma aceleração dos batimentos cardíacos e hipertensão. A droga é rapidamente assimilada pela corrente sanguínea.


As pupilas dilatam, a boca fica seca, a respiração torna-se ofegante, ranger dos dentes, uma sensação de poder e, a fala fica atropelada. Em seguida, o usuário fica eufórico com uma intensa liberação de energia, bem estar, alegria e alívio da fadiga. Porém, o organismo reage acima de suas capacidades, exercendo esforços excessivos, prejudicando, a médio e longo prazo, a saúde do usuário.


Passado o efeito a pessoa apresenta sintomas depressivos, de astenia (falta de energia) e o sono é pouco reparador. O uso contínuo leva a uma tolerância à droga, ou seja, será necessário aumentar a dose para obter o efeito desejado. Como consequência ocorre irritabilidade, agressividade, delírio persecutório e até alucinações.


O usuário também pode apresentar no decorrer do tempo anorexia, insônia, dores de cabeça, náuseas, contrações musculares e atividade motora excessiva. Atualmente, notou-se um aumento na taxa de açúcar no sangue e diminuição da sensibilidade à dor.


Efeito Crônico


O uso crônico da anfetamina pode levar a uma reação tóxica no organismo, conhecida como psicose anfetamínica, que pode durar até algumas semanas. Importante salientar que também pode ocorrer uma dependência psicológica, sendo necessário apoio clínico e psicológico de forma permanente para a superação da síndrome de abstinência.


Na psicose anfetamínica são comuns relatos de alucinações táteis, como por exemplo, a crença de possuir vermes ou insetos em seu corpo ou a sensação de cristais de anfetamina sob a pele. A pessoa está sempre se coçando, se arranhando, podendo inclusive se ferir ao utilizar facas e navalhas para que os bichos saiam do corpo.


Outro aspecto marcante é que a anfetamina potencializa a tendência à violência, principalmente quando não consegue usar a droga. O usuário crônico pode apresentar um comportamento violento, acelerado e impaciente, comprometendo inclusive a guarda de filhos aos pais viciados em anfetamina.


Referências:

GALDURÓZ, J.C.; NOTO, A.R.; CARLINI, E.A. IV Levantamento sobre o uso de drogas entre estudantes de 1º e 2º graus em 10 capitais brasileiras. São Paulo: Centro Brasileiro de informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), 1997.

MUAKAD, I. B. Anfetaminas e drogas derivadas. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, São Paulo, v.108, p.545-572, jan/dez, 2013.