COCAÍNA: Absorção e Efeitos Tóxicos

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A absorção da cocaína pode ser:

1. Oral: a absorção é lenta e incompleta, sendo que apenas 25% da droga ingerida alcança o cérebro e por este motivo não existe a sensação de “rush” (efeito imediato, intenso e prazeroso) comum nas outras vias de administração.

2. Aspirada: a absorção ocorre pelas membranas nasofaríngeas, porém, esta absorção é limitada por se tratar de uma substância vasoconstritora.

3. Injetada: a absorção é imediata, sem barreiras pela corrente sanguínea. Produz um efeito poderoso e imediato (100%), e por isso mesmo é o mais perigoso, pois favorece à um grande potencial de abuso e à transmissão de infecções.

4. Fumada: a absorção é rápida e quase completa, porém, uma porção significante é perdida quando a cocaína é aquecida nesta preparação (fumada). A velocidade de absorção pode ser comparada com a via endovenosa.


Efeitos tóxicos


As manifestações clínicas dependem de diversos fatores como a droga, a dose, a via de administração, a frequência do uso e a pureza, pois a presença de adulterantes misturados pode ter efeitos tóxicos diretos.


Inicialmente, o uso de cocaína provoca uma sensação de euforia associada com agitação, hiperatividade, insônia, aumento da percepção sensorial e do prazer sexual, melhora das funções motoras, reforço da autoconfiança, perda da sensação de fadiga e redução do apetite.

No entanto, após o efeito agudo da droga rapidamente aparece sintomas intensos de cansaço, desconforto, depressão, e Disforia. Como consequência surge o desejo compulsivo pela droga (craving) acompanhado de ansiedade, confusão, tremores, irritabilidade, comportamento violento, alucinações visuais e táteis, crises paranoicas e convulsões tônico-clônicas.


O sistema cardiovascular também é afetado resultando em elevação da pressão arterial e frequência cardíaca, palpitações, arritmias, hipertensão pulmonar e infarto agudo do miocárdio.


A cocaína também provoca sintomas de sudorese, midríase, tremores e hipertermia. A temperatura do corpo aumenta e pode ser acompanhada por convulsões e causar morte súbita em doses baixas, mas contínuas da droga.


Em doses altas a cocaína pode levar a tremores, labilidade emocional, inquietação, irritabilidade, paranoia e comportamento estereotipado repetitivo. Doses ainda mais altas podem conduzir à paranoia e alucinação.


Já a superdosagem pode provocar hemorragia intracraniana, acidente vascular encefálico isquêmico, infarto do miocárdio, convulsões e neurotoxidade (risco de morte).


Os sintomas de abstinência são na direção oposta dos efeitos agudos da droga: aumento do apetite, letargia, sonolência (que pode levar a pessoa a dormir por dias), falta de energia, fissura intensa, depressão severa e tendência suicida. Na abstinência predomina a falta de prazer.


A utilização de drogas em geral representa um dos maiores problemas que a sociedade enfrenta na atualidade. Vários fatores colaboram para este fenômeno: frustrações particulares, problemas financeiros, rotina estressante, famílias desestruturadas, desinformação entre outros. Assim, a informação pode ser o início para a prevenção da entrada de muitos jovens para o caminho tortuoso e muitas vezes sem volta no mundo drogas.


Referências:

ALVES, Bárbara E.P.; CARNEIRO, Emmanuel O. Drogas psicoestimulantes: uma abordagem toxicológica sobre cocaína e metanfetamina. Pontifícia Universidade Católica de Goiás/IFAR, PUC-GO.

FERIGOLO, Maristela; SIGNOR, Luciana. Cocaína, Centro de Assistência Toxicológica CEATOX, Unesp 2007.