Os Delírios no Transtorno do Espectro da Esquizofrenia

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O delírios são crenças fixas não passíveis de mudança à luz de evidências conflitantes. Por mais que se tente argumentar com a pessoa, ela mantem uma fixação naquela ideia delirante.


Os delírios podem incluir uma diversidade de temas, entre eles:

Delírio Persecutório: o tema central do delírio envolve a crença de que o próprio indivíduo está sendo vítima de conspiração, enganado, espionado, perseguido, envenenado ou drogado, difamado maliciosamente, assediado ou obstruído na busca de objetivos de longo prazo. Pequenas descortesias das pessoas podem ser vistas por eles de forma exagerada, tornando-se foco de um sistema delirante. A pessoa afetada pode se envolver em tentativas repetidas de conseguir satisfação por alguma ação legal ou legislativa.Também costumam ser ressentidas e enraivecidas, podendo até recorrer à violência contra aqueles que, em sua opinião, lhe causam danos.

Delírio de referência: Crença de que alguns gestos, comentários, estímulos ambientais, e assim por diante, são direcionados à própria pessoa. Ex: Ao entrar no elevador, encontra duas pessoas conversando, no qual ele tem certeza que estavam falando sobre ele.

Delírio de grandeza: Aplica-se quando o tema central do delírio é a convicção de ter algum grande talento (embora não reconhecido) ou ter feito uma descoberta importante. A pessoa também pode ter o delírio de manter uma relação especial com alguém renomado ou ser uma pessoa famosa (caso em que o indivíduo verdadeiro pode ser visto como um impostor). Muitas vezes delírios grandiosos podem ter conteúdo religioso.

Delírio erotomaníaco: a crença de que outra pessoa está apaixonada pelo indivíduo. A pessoa em relação à qual há tal convicção costuma ter uma condição superior. Por exemplo, alguém famoso ou de certo status social.

Delírio niilista: este delírio envolve a convicção de que ocorrerá uma grande catástrofe.

Delírio somático: Concentram-se em preocupações referentes à saúde e à função dos órgãos. Podem ocorrer delírios somáticos de várias formas. Mais comum é a crença de que a pessoa emite odor desagradável, de existir uma infestação de insetos na pele ou sob ela, de haver um parasita interno, de que certas partes do corpo estão deformadas ou feias ou de que essas partes não estão funcionando.

Delírio do tipo ciumento: o tema central do delírio é ter um parceiro infiel. Essa crença é injustificada e está baseada em inferências incorretas apoiadas por pequenas “evidências”, por exemplo, roupas desalinhadas.


Os delírios podem ser considerados bizarros e não bizarros.


Os do tipo bizarro são claramente implausíveis e incompreensíveis por outras pessoas da mesma cultura, não se originando de experiências comuns da vida. Os delírios que expressam perda de controle da mente ou do corpo também costumam ser considerados bizarros.


Exemplos:

A crença de que uma força externa retirou os órgãos internos de uma pessoas, substituindo-os pelos de outra pessoa sem deixar feridas ou cicatrizes.

Os pensamentos da pessoa foram “removidos” por alguma força externa (retirada de pensamentos).

Pensamentos estranhos foram colocados na mente da pessoa (inserção de pensamentos).

O corpo ou as ações da pessoa estão sendo manipulados por uma força externa (delírio de controle).


Já os delírios do tipo não bizarros, exige uma atenção. Distinguir um delírio de uma ideia firmemente defendida é algumas vezes difícil e depende, em parte, do grau de convicção com que a crença é defendida, apesar de evidências contraditórias claras ou razoáveis acerca de sua veracidade.


Exemplo de delírio não bizarro: acreditar que a pessoa está sob vigilância da polícia, apesar da falta de evidências convincentes.


Referência bibliográfica:

Manual diagnóstico e estattístico de transtornos mentais - DSM-5. Associação americana de psiquiatria, 2013.